Para além de um simples animal de estimação



Sabia que o animal pode ter uma função mais importante, muito para alem da simples companhia?

Quem é que nunca se deparou a conversar com o seu animal de estimação? Pois é, esse e outros factores trazem-nos o conceito de que o animal pode fazer parte da família. Porém, tudo que é exagero torna-se maléfico, por isso tratar o animal de estimação de forma a humaniza-lo, poderá separa-lo do contato com outras pessoas que estão ao seu redor. 
É evidente que não é salutar substituirmos o amor de uma pessoa para um animal de estimação, não é essa a finalidade. 
O benefício do animal é trazer para cada pessoa o equilíbrio das suas emoções. 
Num mundo de tanta turbulência e exaustão, por vezes estamos em casa com o cão, o gato, o passarinho ou até a planta, e conversamos com eles como se estivéssemos a ouvir a resposta. Podemos até dizer: “Que loucura!” – Não é loucura. Conseguimos, através do contato com o animal, trabalhar, trabalhar muitos factores emocionais. Por exemplo chegamos a casa cansados do trabalho, não querendo conversar com ninguém e, de repente, começamos a ouvir o canto de um canário e começamos a prestar atenção a esse canto. Quando nos apercebemos, já não estamos mais com o pensamento nos nossos problemas do dia, mas a ouvir a melodia relaxante do pássaro. Esse é apenas um exemplo entre vários outros que poderiam ser citados. O animal de estimação é fundamentalmente importante na vida da criança, pois, através deste convívio, a criança passa a receber uma aprendizagem que irá ser muito útil para ela, no sentido de se relacionar com o próximo. Muitas vezes a criança, assume a responsabilidade de cuidar do animal, experiência essa que traduz o cuidar do “outro”. Então surgem os sentimentos de carinho, amor, posse, cuidado, frustração e perda, chegando o momento do animal de estimação, que foi cuidado com tanto zelo, morrer. De facto, este é um processo inevitável, mas com isso vai-se trabalhando as perdas, perdas essas que a criança encontrará por toda a vida e que, nesse momento, já começará por viver tal sentimento. Tudo o que se aprende por experiência hoje, aporta-nos mais “ferramentas” para trabalhar com situações que iremos viver no futuro. Para que a criança tenha uma experiência saudável, é preciso que o adulto delegue responsabilidades de forma a explicar-lhe todo o processo de cuidar e, principalmente, de que o animal, mesmo sendo da criança (sendo responsabilidade dela), tem os seus limites. Todo e qualquer tipo de animal têm os seus limites, assim como nós. Entenda-se como é rico esse contato com o animal de estimação, é como se fosse uma preparação para a criança, para toda a vida. 
Esse animal terá a função de fazer com que a criança se sinta segura.

Certamente antes de ter o seu animal de estimação, a criança tinha os seus ursinhos de pelúcia, as suas bonequinhas ou carrinhos; esses brinquedos poderiam partir-se, arrancar as cabeças das bonecas ou retirar os olhos dos ursinhos. 
Agora, com o animal de estimação, a criança não pode fazer o mesmo e, por isso, sente-se limitada e até frustrada. Porém, ela sabe que tem outras vantagens, sabe que, por outro lado, o canário pode entoar um canto para ela, ou que pode fazer caricias ao gatinho, e que o cão pode correr atrás dela, ou seja, o sucesso e a frustração começam a ser trabalhados, desde cedo, de uma forma inconsciente e significativa, havendo a compreensão dos danos e perdas. 
Ter um animal e cuidar dele significa trabalhar e equilibrar as nossas próprias emoções.   

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