Companheiros inteligentes
O papagaio é considerado o pássaro mais esperto.
Ele pode ser ensinado a distinguir cores, formas, objectos e até
pessoas. Acredita-se que o papagaio cinzento de África possui inteligência e
estrutura emocional equivalentes a uma criança de três ou quatro anos. Assim
como as aves continuam a evoluir, a sua capacidade para pensamento analítico
segue as mesmas pisadas e está em constante ascensão: os pássaros podem ser
muito habilidosos - “tool user”, um termo usado exclusivamente para definir e
distinguir os humanos e que é hoje também aplicado aos pássaros.
Aves selvagens foram vistas a colocar nozes em estradas com carros,
para que as rodas dos veículos em andamento as pudessem partir e abrir.
Catatuas em cativeiro conseguem cortar pequenas tiras de madeira
com os seus bicos e usá-las depois para arranhar várias partes do corpo.
Algumas
aves conseguem perceber... e usar... linguagem humana.
Até dada altura, pensava-se que os papagaios conseguiam imitar
apenas o nosso discurso e, consequentemente, foi inventado o termo “papaguear”.
No entanto, parece que eles conseguem fazer muito mais do que isso.
Como reagiria se, após limpar a gaiola, o seu papagaio comentasse:
“Parece-me bem”? Alex, um papagaio cinzento africano, que foi estudado por
Irene Pepperberg, fez isso. Alegadamente, esta ave - que acabou por falecer em
2007 - desenvolveu um vocabulário com 100 palavras e conseguia identificar 50
objectos diferentes, reconhecer quantias acima de seis, distinguir sete cores e
cinco formas, e perceber a diferença entre pequeno e grande, igual e diferente,
e por cima e por baixo.
Surpreendentemente, o papagaio Alex conseguia juntar palavras e
construir frases com sentido.
Para além das necessidades básicas, as aves precisam de estimulação
intelectual que apenas pode derivar de jogos e treino. Investigadores
descobriram que os pássaros conseguem resolver os seus problemas por meio da
introspecção, e mesmo aprender através de exemplos, como acontece com as
crianças.
As aves
podem ter uma memória excecional.
As aves selvagens conseguem colher e enterrar milhares de sementes
ao longo de vários quilómetros, conseguindo depois recuperar mais de 90%.
Pensa--se que estas espécies desenvolveram uma parte no cérebro especializada
em acompanhar esta tarefa. Alex, o papagaio, dizia que o milho era amarelo
mesmo sem haver milho à vista. Apesar da memória de Alex ser excepcional, tal
demonstra que deve fazer todos os esforços no sentido de optimizar o potencial
do seu pássaro. Os pássaros demonstram a sua inteligência através de jogos e
emoções. Brincar durante um banho, por exemplo, pode ser, ou não, um simples
instinto. Claramente, os pássaros fazem muitas coisas apenas por diversão. Ao
providenciarmos o brinquedo adequado, as aves vão investir horas nessa
brincadeira até satisfazerem a sua curiosidade.
As aves
podem também exibir emoções.
De acordo com cientistas, as aves têm o “equipamento” certo para a
emoção.
Possuem um sistema límbico, uma parte própria do cérebro necessária
para um verdadeiro comportamento, emocional. Para além dos pássaros, este
sistema é encontrado apenas no Homem e outros mamíferos. Os donos de aves
conseguem dizer se os seus animais estão felizes ou tristes, amedrontados ou
corajosos. Resta saber se os pássaros estão cientes das suas emoções e que
impacto poderá ter essa consciência no seu comportamento. A verdade é que a
ciência tem vindo a comprovar aquilo que os proprietários de aves já sabem: os
pássaros são companheiros inteligentes.
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