A hora do adeus




Os animais de estimação participam na vida quotidiana de várias famílias durante anos. Para muitas pessoas, eles são verdadeiros companheiros, pois não criticam nem julgam, ajudam a amenizar o stress e são uma fonte inesgotável de afecto e carinho. É por estas razões que as pessoas se apegam aos animais, criando laços profundos de afeição e amizade. Infelizmente, a expectativa de vida deles, mesmo quando são muito bem tratados, é curta em relação ao tempo que o dono viverá.
Sendo assim, é frequente os donos de animais de estimação terem que lidar com a morte de um ou mais animais ao longo da vida, entrando num processo de luto. A psicologia entende como luto a angústia decorrente da morte de um animal, pessoa ou até algo abstracto (por exemplo, o término de um relacionamento). O luto é o processo sentimental que começa a partir de uma perda e que tem diversas manifestações: tristeza, raiva, questionamentos, revolta, choro, indisposição e muitos outros.
É importante entender que em cada pessoa o luto manifesta-se de formas diferentes e, por ser um processo individual, alguns o sentem com mais e outros com menos intensidade, sendo difícil de mensurar o quanto ele vai durar. No geral, o mais comum é que, em relação à morte de um animal, ele persista até um ano, podendo também melhorar em poucos meses.
Os especialistas afirmam que o luto por um familiar próximo dura de um a três anos e que, nas demais situações, o processo dura até um ano. O tempo de luto também se relaciona com o tempo que o animal passou com a família. Se ele foi adoptado quando era pequeno e cumpriu todo o seu ciclo de vida natural, morrendo com cerca de 15 anos, é natural que tenha passado por muitas coisas juntamente com os familiares, o que intensifica o apego de todos e aumenta ainda mais o luto.
Se perdeu o seu animal de estimação e se passou por isso recentemente, existem algumas atitudes que podem ajudar a atravessar esse momento de uma forma menos dolorosa.

1. Não se culpabilizar
A culpa é um sentimento que faz parte do luto e, quando a perda é de um animal, ela pode ser ainda mais intensa, porque existe aquela sensação de que ele é totalmente dependente dos cuidados que lhe são oferecidos. Alguns acham que não tomaram conta dele o suficiente, outros sentem que poderiam ter passado mais tempo com ele.
Procure pensar que a morte é uma das etapas naturais de todos os seres vivos e foque-se nos bons momentos que tiveram juntos.

2. Realizar um ritual de despedida
Existem rituais que permitem que todos se despeçam do animal e prestem as suas últimas homenagens. Em Portugal, esse nicho ainda não é muito popular, mas já existem empresas que oferecem rituais de despedida para os animais de estimação.
Para algumas pessoas, esse momento é importante para absorver a ideia de que o amigo partiu. Alguns até sentem que realizar uma “despedida digna” é a última obrigação para com o animal que trouxe tantas alegrias para a família. Se encarar isto desta forma, vá em frente, mas esteja preparado para ter alguns gastos.

3. Ajudar uma associação
Que tal transformar este processo tão doloroso em algo positivo?
Infelizmente, nada pode ser feito pelo animal que partiu, mas existem muitos outros que precisam de ajuda. Poderá ser uma boa ideia dirigir-se a uma associação e fazer uma doação de brinquedos, ração, e outras coisas em memória do seu animal.

4. Adoptar outro animal
Apesar da morte de um animal ser bastante custosa para o dono, é importante que não tente compensá-la imediatamente com outro animal. No entanto, quando sentir que é o momento apropriado, adopte outro. Além de lhe dar um lar, poderá tornar a vivenciar os sentimentos de carinho e afecto que se estabelecem entre as pessoas e os seus animais de estimação.

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