Displasia da anca
A
displasia da anca é uma doença genética, hereditária e multifatorial (pode
manifestar-se devido a diversos fatores, entre eles, excesso de peso, dieta
hipercalórica, crescimento demasiado rápido e excesso de exercício) que afeta a
articulação coxo-femoral (anca). É uma doença biomecânica de crescimento em que
o animal nasce com as articulações normais, contudo, nos seus primeiros meses
de vida, tem um crescimento rápido e as articulações e tecidos adjacentes não
têm tempo de se fortalecer devidamente de modo a suportar o peso do corpo do
animal. Consequentemente, as articulações coxo-femorais sofrem alteração na sua
forma e originando-se uma deformação da cabeça do fémur, o que leva a problemas
como artrose e a deslocação da articulação, responsáveis pela dor e pela
dificuldade em caminhar do animal.
Prevalência:
A
displasia da anca é uma doença muito frequente (incidência acima dos 20%) que
aparece mais regularmente em raças de cães médias e grandes, embora possa
ocorrer em qualquer raça. As raças com maior predisposição são, por exemplo, o
Bulldog, o Golden Retriever, o São Bernardo, o Dogue de Bordéus, o Mastim
Napolitano, o pastor Alemão, o Rottweiller, o Terra Nova, o Labrador
Retrievier, o Serra da Estrela, o Rafeiro do Alentejo, o Shar-Pei, o akita, os
Setters, o cão boieiro suíço, o doberman, entre outros. As raças de pequeno
porte são também atingidas por esta doença, contudo, devido ao seu baixo peso
corporal, na maioria dos casos não manifestam sinais clínicos.
Sinais Clínicos:
Ao
sinais clínicos mais comuns passam pela dificuldade que o animal apresenta em
caminhar, que aumenta com o exercício físico, a oscilação das ancas, a rigidez
muscular matinal, a dificuldade em levantar-se, a atrofia muscular, a recusa do
animal em se mover, a dor na palpação e o sinal de Ortolani (explicado no
tópico seguinte).
Como Diagnosticar?
Existem
duas maneiras de fazer o diagnostico desta situação: através de radiografia ou
com o Teste de Ortolani. O exame radiográfico permite despistar os animais que
não apresentam sinais clínicos de displasia da anca e que no entanto apresentam
lesões compatíveis com a doença. Os animais devem ser radiografados aos 12
meses para raças médias e grandes e aos 18 meses para raças gigantes. A partir
dos 5-6 anos de idade a avaliação trona-se mais difícil uma vez que podem
existir lesões de artrose não relacionadas com a displasia da anca. Assim, para
efeitos de despiste desta doença, as radiografias deverão ser realizadas sempre
em idades jovens. O Teste de Ortolani, por sua vez, consiste na flexão dos
membros posteriores da animal seguida do levantamento da coxa. Caso exista
displasia da anca dever-se-á ouvir um estalido – sinal de Ortolani.
Tratamento
A
displasia da anca não tem tratamento definitivo. Pode-se optar pelo tratamento
cirúrgico, principalmente enquanto o animal é jovem, de modo a diminuir o risco
de osteoartrite secundária da anca numa idade adulta. De resto existem formas
de atenuar a displasia da anca e desacelerar a sua progressão e para controlar
os sinais clínicos, tais como a dor e a dificuldade de caminhar. Para tal devem
ser utilizados anti-inflamatórios, analgésicos e protectores para as
articulações. O animal deve também realizar fisioterapia e exercício moderado,
os cães com excesso de peso devem reduzi-lo, devem ser utilizados suportes e
arneses de anca e em casos extremos, cadeira de rodas. Por fim o animal deve
dormir em lugares quentes e sem humidade. Ainda, um fator fulcral no controlo
da displasia da anca é o animal ter uma dieta correta e equilibrada, uma vez
que é essencial na redução da dor e em contrariar a degeneração da cartilagem.
A dieta é também preponderante no controlo do peso dos animais, pois o excesso
deste é um dos despoletadores da displasia da anca. Senso assim, para que o
animal esteja saudável é importante prestar atenção a estes pequenos sinais,
principalmente em idades jovens.
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